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Tempo, tempo, mano velho + Bolinho de chuva assado da Lena

“Estou acostumada a organizar as lembranças da minha vida em torno de um rol de namorados e de livros. Os diversos relacionamentos que tive e as obras que publiquei são as referências que marcam a minha memória, transformando o ruido informe do tempo em uma coisa ordenada.”

Com esse trecho, Rosa Monteiro começa o livro A Louca da Casa. Logo assim, já no primeiro parágrafo, eu parei de ler a história para pensar melhor sobre como realmente contamos a nossa vida a partir de certos referenciais. Damos alguns nós na linha do tempo para ficar mais fácil desembolar esse novelo grandão da vida.

Assim como Rosa, meus relacionamentos amorosos me ajudam a organizar lembranças, junto com o período que morei na minha casa de infância e os anos da faculdade. Minhas viagens também são marcos: tudo o que aconteceu entre um lugar e outro do mundo eu entendo como “antes” ou “depois”. a primeira vez que cortei o cabelo curtinho foi antes de Buenos Aires, a formatura foi logo depois de conhecer Ilha Grande.

As experiências que vivi com comida são outro jeito de catalogar memórias. Aprendi a importância de bater claras em neve quando minha torta de limão ficou com gosto de ovo, um dia depois do meu pai conseguir um novo emprego. Descobri o blog da Lena quando me despedi da minha casa de infância, pois o primeiro bolo na casa nova foi receita dela.

Com o livro ainda aberto no colo, enquanto pensava nisso tudo, lembrei que semana passada algumas pessoas me perguntaram por que eu resolvi comemorar justamente os 3 anos de blog. Não é um número redondo como 5 ou 10 e não parece tanto tempo assim, eu sei. Eu poderia ter dito que o blog estrearia seu terceiro ano com mudanças significativas, por isso queria reconhecer esse marco de um jeito diferente – mas na verdade a resposta é menos racional que isso. Só sei que resolvi dar esse nó na minha linha. No fundo, só a gente entende a forma como organizamos nossa históra.

***

Bolinho de chuva assado da Lena

Desde que descobri o blog da Helena Gasparetto, as receitas dela estão na minha vida de uma maneira muito especial. Essa, mais uma vez, é de guardar no coração: é mais saudável, dá menos trabalho e é mais gostosa que um bolinho de chuva. Coisa que só ela poderia ter inventado, mesmo.

bolinho de chuva assado

Um tiquinho de nada adaptada daqui.

Ingredientes

– ¾ de xícara (chá) de açúcar
– 1 ovo
– ½ xícara de óleo de coco ou canola
– ¾ de xícara (chá) de leite
– 1 colher (chá) de extrato de baunilha
– 1 ¾ de xícara de farinha de trigo
– 1 ½ colher (chá) de fermento químico em pó
– ¼ de colher (chá) de sal
– ½ colher (chá) de canela

Para a cobertura:

– 2 colheres (sopa) de manteiga derretida
– 1/4  de xícara de açúcar refinado
– 1 colher (sopa) de canela em pó

Doce de leite para servir (opcional, mas altamente recomendado)

Como fazer

1. Preaqueça o forno a 180 graus.

2. Unte e enfarinhe generosamente (eu untei levemente e meus bolinhos grudaram um pouco, então atenção nessa parte) uma forma para mini-muffins com 24 unidades ou faça o mesmo com forminhas de empada. Você pode também forrar com forminhas de papel para pular essa etapa.

3. Usando uma espátula ou batedor de arames, bata o ovo, açúcar, óleo, leite e baunilha até ficar homogêneo.

4. Peneire os ingredientes secos em cima da mistura e envolva delicadamente, mexendo apenas até a farinha sumir na massa.

5. Encha as forminhas deixando cerca de 1cm de espaço na borda. (No meu caso sobrou um pouco de massa). Leve ao forno por cerca de 20 minutos, ou até que o topo esteja levemente dourado e um palito saia seco ao ser enfiado no meio.

6. Assim que retirar do forno, pincele a manteiga derretida sobre os bolinhos. Espere esfriar por uns 15 minutos e desenforme, passando levemente uma faca de ponta arrendondada nas bordas para ajudar a soltar.

7. Passe os bolinhos no açúcar refinado misturado com a canela e sirva. Para congelar, leve os bolinhos no freezer em uma assadeira e, depois de congelados, guarde num saquinho tipo ziplock (mas eu duvido que sobre).

 

bolinho de chuva assado-3

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Retrospectiva 3 anos de SdB – Para um piquenique perfeito

Dia 31 de maio é dia de parabéns! Vou comemorar os 3 anos do blog com um piquenique no Parque das Mangabeiras, às 9h30. Queria muito contar com a presença de vocês! Minha toalha estará estendida na Praça de Eventos do Parque, entre a Pista de Skate e as quadras de esportes. É bem fácil de chegar – o mapa está aqui.

Desde criança sou apaixonada por comer ao ar livre. Depois que cresci, fui esquecendo o quanto isso é divertido. No ano passado, depois de sonhar que estava comendo um sanduíche de bacon em um gramado de Paris, acordei decidida que voltaria a ser uma pessoa que faz piqueniques. No mesmo dia fui no Mercado Central e comprei uma cesta de piquenique – que acabei nunca usando.  Agora ela vai finalmente cumprir seu destino!

Sei que muitas pessoas moram em outras cidades e por isso não poderão estar lá comigo. Mesmo assim, gostaria que vocês aproveitassem essa ideia e procurassem alguma praça ou parque aí da sua cidade para experimentar como é divertido comer sentado na grama.

Para dar um empurrãozinho, fiz uma lista com algumas dicas e receitas para um piquenique perfeito.

1. Checklist básico:

– Paninho para sentar na grama
– Sacola para recolher o lixo
– Guardanapos
– Lanches, de preferência fáceis de serem comidos com a mão
– Utensílios, se necessário (sei que prejudica mais o ambiente, mas acho sempre mais seguro levar os de plástico em vez de vidro)
– Garrafas de água
– Protetor solar
– Simpatia

2. Dicas para embalar as comidas:

– Frutas ou comidas com potencial de derramamento devem ser colocadas em potes de plástico bem vedados.
– Bebidas vão em garrafas térmicas ou de plástico.
– Sanduíches ficam mais gostosos se embalados em papel manteiga ou dentro de um saquinho de papel (no plástico podem ficar murchos).
–  Pães, bolos e tortas salgadas devem ser embrulhados no papel alumínio.
– Biscoitos vão em um saquinhos de plástico.
– Comidas com maionese, creme de leite, queijo, carne, etc precisam de refrigeração. Se não tiver um cooler, coloque gelo em saquinhos tipo ziplock bem vedados e leve na sacola de lanches.

3. Quantidade de lanches:

Na verdade isso é muito pessoal. Você pode calcular um tanto bom para você comer sozinho ou para dividir com seus amigos. Ou mesmo com pessoas que você vai conhecer lá! A vantagem de levar lanches a mais é poder filar o bolo de chocolate do colega sem culpa no coração.

4. Ideias de comes e bebes:

Torta de milho e bacon

torta de bacon e milho-5

– Pão rápido de abobrinha ou cenoura

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– Focaccia

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– Pesto

Pesto

– Panquequinhas de milho

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– Biscoitinhos de gorgonzola

biscoitinhos

– Pão de queijo

pão de queijo-2

– Bolo de cenoura

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– Brownie de Nutella

brownie_nutella_2

– Cookies com gotas de chocolate


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– Água de Jamaica

agua de jamaica - cha gelado de hibisco

– Chocolate quente

chocolate quente perfeito

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Retrospectiva 3 anos de SdB – Minhas receitas favoritas

Daqui 23 dias o blog faz aniversário e preparei algumas novidades legais para comemorar essa data especial. Foram 185 posts! É bastante coisa! Pensar nesses três anos no ar me deixou em clima de recordação e deu vontade de passear pelo túnel do tempo. Passei por todas as receitas que publiquei aqui e escolhi minhas preferidas.

De sal:

– Patê de cebola
Com certeza um hit repetido muitas vezes na minha casa e acredito que na de alguns leitores também. Meu amigo Raul deu o carinhoso apelido de “patê de lasanha” – não sei bem por quê.

patê de cebola assado

– Geleia de Bacon
É inusitada? Sim. É sensacional? Sim. Comeria pura? Sim. Mas gosto mesmo é no hambúrguer.

geleia de bacon

– Confit de Tomatinhos
Não sei como ainda não enjoeei dessa receita. Na época de tomate uva, faço mais de uma vez por semana. É bom como aperitivo, molho de massa, recheio de sanduíche…

retrospectiva sal de bolinha-6

– Pão rústico de ervas
Foi o primeiro pão que eu fiz na vida – talvez por isso até hoje ache que ele foi o mais gostoso também.

retrospectiva sal de bolinha-2

– Salada Panzanella
Olha só eu colocando uma salada na lista! Então você já imagina como ela é boa, né. Nem devia chamar salada, sério.

retrospectiva sal de bolinha-10

– Molho de tomate mais fácil do mundo
Às vezes eu cismo de dar uma modificada ou incrementada nesse molho e sempre acabo pensando: o original é melhor. Tem coisa que não adianta complicar: é lindo e perfeito do jeito que é.

molho de tomate mais fácil do mundo

– Penne ao molho de linguiça
Cebola, linguiça e creme de leite juntos fazem simplesmente um dos meus molhos favoritos na vida. Não parece grande coisa até você provar. Só digo que não é à toa que tem duas receitas da Marcela Hazan nessa lista.

molho de linguiça e creme de leite

– Nhoque de abóbora na manteiga de sálvia
Eu achei que minha obsessão com abóbora e sálvia ia passar, mas ela só aumenta com o passar do tempo. Esse nhoque é uma celebração dessa paixão.

nhoque de abóbora de sálvia

– Clafoutis salgado
Minha receita curinga, aquela que aproveita as sobras da geladeira e vira um lanche ou jantar delicinha. Amo!

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– Boeuf Bourguignon 
Não sou fã de carne vermelha, então se essa receita está aqui, é porque ela é boa MESMO. Tia Julia Child sabia das coisas.

Boeuf Bourguignon-4

De doce:

– Cheesecake de nutella
Talvez a sobremesa mais gostosa que eu já tenha feito. Crocante, cremosa, geladinha – e sem ser muito doce. Tudo que eu preciso!

cheesecake de nutella-3

 

– Torta de maçã
Das duas que já fiz aqui, gosto mais dessa torta de maçã porque é rápida de fazer e não me sinto tão culpada depois de comer ela inteira, sozinha. É pequena, vai.

retrospectiva sal de bolinha


– O melhor bolo de chocolate
Depois que a gente encontra o bolo de chocolate perfeito o mundo parece um lugar bem mais legal. Isso já posso cortar da minha lista!

o melhor bolo de chocolate

– Biscoitinho de Castanha
Esse biscoito com cheiro de fazenda, receita da dona Irá, avó da minha amiga Letícia, é um dos que mais gosto. Dá para usar diferentes castanhas e fica sempre delicioso. Impossível comer um só. Ou cinco.

retrospectiva sal de bolinha-8

 

– Cookies triplos de chocolate
Quando fiz essa receita pela primeira vez, não imaginava que seria tão sensacional. Bobeira minha, porque não tem como um biscoito com três tipos de chocolate não ser viciante.

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(…) Fala que eu te escuto

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Estou esperando esse mês de maio chegar mais do que espero minhas férias ou a hora da sobremesa. Não só o blog faz 3 anos e vou comemorar com um piquenique (mais informações em breve), como vou colocar em prática uma série de mudanças no layout e na linha editorial do blog.

Para me ajudar na finalização dessas ideias, gostaria muito de conhecer um pouco mais sobre vocês, meus leitores, por meio de uma pesquisa rapidinha (juro que não demora mais de dois minutos). Com as respostas, vou ajeitar esse espaço para que ele continue sendo a minha cara, mas também receba vocês de um jeito cada vez melhor.

Aguardem as novidades! =)

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Na época + Clafoutis de abobrinha e tomates caramelizados

Às vezes me pergunto: num mundo onde eu não precisaria comer vegetais, o que realmente teria na minha geladeira? Milho, com certeza. Abóbora, cebola e batata também. Alface acho que só a americana – e mais por força do hábito. Cenoura talvez para fazer bolo. E tomate. Muito tomate. De todas as cores e formas, se pudesse. A única pessoa que conheço que gosta mais de tomate do que eu é minha amiga Natália – quando ela encontra essa palavra no cardápio, nem precisa ler o resto das opções (eu ainda passo o olho tentando encontrar alguma coisa com bacon).

Nos primeiros meses do ano eu sofro, pois a safra do tomate não costuma estar boa. O preço sobe e o sabor diminui. Dessa vez, depois de levar muito tomate caro e aguado pra casa , prometi para mim mesma que só voltaria a comprar quando ele estivesse novamente na época – mas falhei. Como tinha sempre tomate no mercado, não resisti e andei comprando alguns, que pesaram no bolso e decepcionaram no gosto.

Assim como o tomate, hoje em dia conseguimos achar praticamente qualquer verdura, legume e fruta o ano todo. O problema disso é que, para produzir esses alimentos fora do tempo, é preciso usar mecanismos que enganam a natureza, como agrotóxicos que adiantam ou atrasam o crescimento das plantas, amadurecimento artificial, refrigeração, e por aí vai. Isso faz mal para o bolso, para a natureza e para a saúde. E a responsabilidade não é só do produtor; é de todo mundo que consome alimentos fora de época e, portanto, gera essa demanda. É minha, que compro tomate caro e ruim, é de quem acha lindo comer morango em fevereiro, é dos restaurantes que servem figo em setembro…

Sei que não é tão simples assim comprar só produtos de época, principalmente para quem trabalha com comida e muitas vezes depende da produção anual de algum alimento. Mas queria fazer uma proposta para os que são, como eu, apenas cozinheiros: vamos tentar comprar só o que está na safra? Agora, por sinal, vai começar a do tomate. Essa semana vi as primeiras bandejinhas de tomate-cereja no mercado, bem gordinhos e com preço bom, e finalmente fiz uma receita que guardava desde março. Valeu a espera.

***

Clafoutis de abobrinha e tomates caramelizados

O clafoutis na verdade é uma sobremesa francesa, tradicionalmente feita com cerejas. Essa versão salgada é bem versátil: se não quiser usar os tomates e abobrinha, dá pra rechear com outros vegetais e até com presunto, frango ou salmão. Dá para fazer em potinhos individuais e servir como entrada, mas aqui em casa virou um jantar bem leve e saboroso.

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Adaptado do livro La Tartine Gourmande

Ingredientes

Para o recheio
– 2 colheres (sopa) de azeite
– 1 cebola roxa fatiada
– 2 dentes de alho picados
– 1 folha de louro
– 300 gramas de tomates cereja
– 1 colher (sopa) de vinagre balsâmico
– 1 colher (chá) de açúcar (usei mascavo)
– 1 abobrinha italiana bem verde (cerca de 200 gramas) cortada em rodelas
– 10 folhas de manjericão

Para a massa
– 3 ovos
– 1 ½ xícara de leite
– 1 xícara de farinha de trigo
–  1 colher (chá) de fermento químico em pó
– ½ xícara de queijo ralado (usei Minas, mas pode ser parmesão, muçarela, prato ou qualquer outro que derreta bem)
– Sal e pimenta à gosto (usei 1 colher (chá) cheia de sal e ½   colher (chá) pimenta moída na hora – na hora de temperar, lembre que o queijo já tem sal)

Como fazer

1. Preaqueça o forno a 200 graus. Unte uma assadeira média (a que usei tem 30 x 22 cm).

2. Em uma frigideira grande, no fogo médio, aqueça metade do azeite. Junte a cebola e mexa até que ela comece a amolecer.  Junte o alho e a folha de louro e mexa por alguns segundos, até perfumar.

3. Adicione os tomates inteiros e deixe cozinhar por cerca de 3 minutos, mexendo delicadamente de vez em quando, até que a pele deles comece a enrugar levemente.  Junte o açúcar e o vinagre e deixe cozinhar por mais 3 minutos. Retire a folha de louro e transfira o tomate para uma vasilha.

4. Na mesa frigideira, no fogo alto, coloque o restante do azeite e salteie a abobrinha por alguns minutos, apenas até dourar. Faça isso em levas, pois se ficarem amontoadas na frigideira, vão soltar agua e cozinhar em vez de dourar.

5. Em uma vasilha, bata os ovos com o leite. Misture o fermento à farinha e adicione aos poucos, mexendo com um fouet até que vire uma massa lisa. Junte o sal, a pimenta e o queijo e misture.

6. Espalhe o recheio de abobrinha, cebola e tomates no fundo da assadeira e entorne o líquido por cima. Espalhe as folhas de manjericão no topo e leve ao forno por cerca de 30 minutos ou até que o clafoutis esteja firme e dourado na superfície. Espere esfriar um pouco e sirva.

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clafoutis de tomate

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Nigella, Bela, Julia + Cheesecake de Nutella

Passei as últimas semanas combatendo um pensamento impuro na minha cabeça. Depois de assistir a Nigella fazendo esse cheesecake, a imagem da fatia cremosa com avelãs tostadas por cima passou a me assombrar diariamente, por mais que eu tentasse combatê-la com salada e omelete. Era eu dar uma distraída no banho que pimba: a visão tentadora estava lá.

Quando a vi misturando uma quantidade abissal de cream cheese e Nutella, fiquei dividida entre a reprovação e o impulso de fazer uma receita inteira só para mim. Se num primeiro momento tenho certa vergonha alheia de ver a Nigella cozinhar tanta gordice, no fim das contas fica sempre uma admiração por ela. A vejo quase como uma irmã mais velha, sábia o suficiente para não se sentir culpada por satisfazer seus desejos, por entender que a vida vale mais a pena quando podemos nos permitir uns exageros.

Na verdade, não sei se queria ser mais como a Nigella ou como a Bela. Em seu programa no GNT, “Bela Cozinha”, ela enche a boca (não me julgue, adoro trocadilhos) para falar de agrião, aveia, gojiberry. A apresentadora não só cortou uma série de coisas da alimentação sem sofrimento, como realmente ama as coisas naturebas que prepara. Como adulta careta que sou, procuro cada vez mais me alimentar de forma saudável, e posso até adorar uma quiche de legumes ou quibe vegetariano, mas ainda não é isso o que desperta  meus desejos mais profundos. Fico imaginando se, quando dorme, a Bela sonha com um delicioso prato de quinoa. Porque nos meus sonhos só tem bandeja de brigadeiro, viu.

Entre Bela e Nigella, escolho Julia Child. Sim, ela dizia que “com manteiga suficiente tudo fica bom”e que “gordura é o que dá sabor às coisas”, mas é dela também um ensinamento muito importante sobre nossa relação com a comida (e com a vida – se é que não são a mesma coisa). Deveria adotar como mantra: “Tudo com moderação… incluindo a moderação”.

***

Cheesecake de Nutella da Nigella

Seguindo o conselho da Julia, resolvi me permitir o tal cheesecake, mas com moderação: dividi a receita, que rendeu uma sobremesa menor e, digamos, mais educada. Não preciso ficar aqui te explicando como é bom, né? Tem Nutella. E avelãs.

cheesecake de nutella

Adaptado do livro Nigella Kitchen

Ingredientes

– 125 gramas de biscoito do tipo maisena
– 50 gramas de manteiga em temperatura ambiente
– 200 gramas de Nutella em temperatura ambiente (¾ de xícara  de chá) + 1 colher (sopa) para a massa
– 70 gramas de avelãs (cerca de ½ xícara de chá cheia) sem pele, torradas e picadas (se você só encontrar as avelãs com pele, explico no fim do post como despelar e torrar)
– 250 gramas de cream cheese em temperatura ambiente
– ¼ de xícara (chá) de açúcar refinado peneirado

Como fazer

1. Quebre os biscoitos na jarra do processador. Junte a manteiga, 1 colher (sopa) de Nutella e 1 ½ colher (sopa) das avelãs picadas. Bata na velocidade máxima até consegui uma farofa úmida. Se você não tiver processador, triture os biscoitos com as avelãs no liquidificador e depois junte o restante dos ingredientes em uma tigela, misturando com as pontas dos dedos até virar uma farofinha.

2. Coloque a mistura em uma forma pequena (20 cm) de fundo removível e vá pressionando a massa para forrar o fundo e um pouquinho das laterais. Leve no freezer enquanto continua a receita.

3. Bata o cream cheese, a Nutella e o açúcar na batedeira por cerca de 3 minutos, até ficar bem homogêneo. Pegue um pouco da massa e esfregue entre os dedos: se sentir o granulado do açúcar, bata mais um pouco.

4. Retire a forma da geladeira e, com ajuda de uma espátula, espalhe o creme sobre a base. Polvilhe as avelãs restantes por cima, cubra a forma com papel filme e leve à geladeira por pelo menos 6 horas.

5. Desenforme e sirva bem gelado para que permaneça firme.

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Dica: como tirar a pele e torrar as avelãs

– Quando você precisa das avelãs completamente sem pele (para decorar tortas ou rechear bombons, por exemplo):

Para ½ xícara de avelã, ferva numa panela grande e funda uma xícara de água. Em seguida coloque uma 1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio e as avelãs. Deixe elas ferverem por 4 minutos (a água fica bem escura e borbulha, mas é normal), escorra e transfira as avelãs para uma tigela com água gelada. Daí é só tirar a pele com delicadeza que ela sai totalmente. Nessa hora é bom aproveitar para descartar as avelãs escuras, que são amargas.

Para torrar, coloque numa assadeira numa camada só e leve ao forno preaquecido a 160 graus por uns 15 minutos ou até que dourem levemente.

– Quando não tem problema uma ou outra avelã ficar com um pouquinho de pele (se você for processar ou picar, por exemplo)

Coloque as avelãs numa assadeira em uma só camada e leve ao forno preaquecido a 160 graus por uns 15 minutos ou até que a pele comece a rachar. Teste com uma das avelãs, esfregando com os dedos. Se a casquinha sair com facilidade, está no ponto. Coloque as avelãs num pano de prato, feche formando uma trouxinha e esfregue as avelãs umas contra as outras. Retire o resto das pelinhas com os dedos. Esse método consegue retirar 90% das peles, mas tem a vantagem de despelar e torrar ao mesmo tempo. Quando mais novas as avelãs, mais fácil é de despelar.

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Orgulho alheio + Geleia de figo

Quanto mais me envolvo com o mundo da comida e seus aspectos afetivos, sociais, econômicos e políticos, mais me orgulho quando encontro um prato ou produto que, além de valorizar o gosto, também se importa com todas essas outras questões. É um tipo de “orgulho alheio” por aqueles que incentivam o produtor local, atentam para os detalhes no processo de produção, valorizam seus empregados e cultivam confiança no cliente. Já senti isso pelo pão de queijo que vende pertinho da minha casa, feito até hoje com a receita da avó do dono; pelo limão siciliano da barraca do seu Livaldo, sempre muito brilhante e suculento; pelas carnes vermelhas feito desenho animado vendidas no Dickson’s, em NY, e em tantas outras situações.

Na semana passada, o sentimento apareceu por um queijo, o Catauá. Quem deu a dica foi o jornalista Eduardo Girão, que comeu o bendito em um restaurante de BH. Pesquisando sobre o Catauá, descobri que ele é produzido por João Dutra, no Sítio dos Coqueiros, na cidade de Coronel Xavier Chaves, bem no alto da Serra da Mantiqueira. As vacas vivem em regime semiconfinado, são tratadas só com homeopatia e se alimentam de pasto cultivado quase totalmente com adubos orgânicos.

Fui atrás dele no Mercado Central e dei sorte de pegar o último disponível. Assim que cheguei em casa e comi uma fatia, todas as informações que tinha sobre o queijo se diluíram em maravilhamento. O sabor ácido e salgadinho, a textura firme e os buraquinhos (são olhaduras, ensinou minha avó) me transportaram para uma mesa ao lado do fogão à lenha.  Tive vontade de abraçar seu João  e dizer pra ele nunca abandonar esse jeito de fazer as coisas.

Quando contei para os amigos da minha descoberta, a primeira pergunta foi sobre o preço. Diante da resposta, muita gente achou o valor absurdo, mesmo depois da minha explicação sobre como o produto é bem feito. Talvez porque estivessem comparando com outros queijos mineiros – realmente temos queijos de todos os tipos e preços. Ou então porque estamos acostumados a pagar mais caro pelas variedades importadas, como um brie ou gorgonzola.

Sei que essa questão de valor é sempre subjetiva. No entanto, para mim, se meu dinheiro pode comprar mais que um ótimo queijo, mas um queijo de dar orgulho, então vale cada centavo.

***

Geleia de figos

Quando experimentei o Catauá, logo imaginei que ficaria delicioso com doce de leite ou uma geleia docinha, feito a de figo. Aproveitando o fim da safra da fruta, comprei algumas bem maduras e fiz pouca quantidade, para consumir no dia. Mas você pode dobrar ou quadruplicar a receita e guardá-la em vidros esterilizados para durar mais tempo na geladeira.

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Rendimento: 1 xícara

Ingredientes

– 250 gramas de figos frescos e maduros (8 a 9  figos)
– ½  de xícara de açúcar cristal
– 1 canela-em-pau
– Suco e raspas de ½ limão tahiti

Como fazer

1. Lave os figos sob água corrente, coloque em uma tigela e entorne água quente sobre eles até cobrir. Deixe repousar por dez minutos. Isso ajuda a matar alguma bactéria ou sujeira que tenha ficado na casca e faz a geleia durar mais.

2. Escorra a água e tire os cabinhos dos figos. Corte cada fruta em oito partes (ou em quatro, se você gosta da geleia mais pedaçuda, como eu). Coloque os pedaços numa panela pequena, a mais pesada que tiver, e adicione o açúcar, a canela, as raspas e o suco do limão. Misture tudo delicadamente, tampe e deixe a panela na geladeira por no mínimo três horas. O ideal é deixar de um dia para o outro.

3. Na hora de preparar a geleia, coloque um pratinho no freezer para testar o ponto. Leve a panela destampada no fogo médio até a mistura ferver. Abaixe o fogo e deixe apurando por cerca de 20 minutos, mexendo de vez em quando e amassando os figos com as costas da colher.

4. Quando começar a engrossar, teste o ponto da geleia, colocando um pouco no pratinho que estava gelando. Volte com ele para o freezer por alguns minutos e depois empurre a geleia com o dedo. Se estiver firme e a superfície enrugar levemente, está pronta.

5. Transfira para um potinho e sirva. Se estiver fazendo em maior quantidade, coloque em potes esterilizados e mantenha na geladeira.

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Vamos falar de séries + Bolinhos de limão da Sansa

Eu sei que nessa vida não existe unanimidade. Já conheci até quem detestasse nutella, veja que coisa. Ainda assim, tenho dificuldade de entender aqueles que não gostam de Game of Thrones. Tudo bem, você pode até não assistir, achar que não é seu estilo. Mas ver o primeiro capítulo e não se sentir fisgado parece tão impossível quanto não achar graça no Joey bebendo um galão de leite em dez segundos.

Apesar de ser muito fã de GoT, não diria que é minha favorita. Aliás, quem inventou essa história de ter que escolher uma coisa preferida? Filme, livro, sobremesa, amigo. Detesto isso; fica parecendo que se eu escolher torta de maçã, o crème brûlée vai ficar bravo comigo.

Voltando ao assunto: séries. Fiz uma lista das que mais gosto atualmente. Como toda lista, tenho certeza que está faltando alguma  incrível que você assiste e eu não. Me conta?

A muito foda

Essa categoria teve empate: não consegui escolher entre Game of Thrones e Breaking Bad. As duas são sensacionais de jeitos bem diferentes, mas compartilham de importantes semelhanças: história e personagens muito bem construídos, que fogem do lugar-comum e do maniqueísmo. Com Breaking Bad, a sensação é de que você está sempre no penúltimo capítulo; que em breve tudo vai dar errado. Já Game of Thrones subverte nossas expectativas a todo momento, mesmo quando esperamos pelo absurdo. Bem cedo aprendi a não tentar adivinhar o final da história e, principalmente, não me apegar a nenhum personagem. Quer dizer, acho que ainda não aprendi essa última parte.

A que mudou minha vida

O dia a dia de uma família dona de uma funerária não me parecia o tipo de história que gostaria de acompanhar. Ainda assim, dei uma chance para Six Feet Under – e me dei bem. A série é brilhante em apresentar a morte como algo real, natural e até meio engraçado. Ao mesmo tempo, não te deixa esquecer o quanto é também difícil. Nenhum filme, livro ou série tinha tirado meu sono, até que assisti o episódio final desse seriado. Passei a noite em claro, pensando (literalmente) na vida.

A que mora no coração

Não sei quantas vezes já assisti cada capítulo de Friends e quanto diálogos decorei. Recentemente li algumas críticas sobre como a série é coxinha e seus personagens alienados, e até concordo em parte. Ainda assim, até hoje dá um quentinho no coração quando estou zapeando pela TV e encontro um episódio qualquer passando.

A mais recente paixão

Lena Dunhan tem 27 anos e é quem eu quero ser quando crescer. Ela dirige, escreve e atua em Girls, uma série sem medo de ser honesta e onde nada segue um padrão, desde os corpos que aparecem pelados na tela até as relações entre amigas. Exatamente por isso, é tão fácil se identificar com as histórias.  Morro de raiva quando falam que Girls é um novo Sex and the City. Enquanto a vida de Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha girava em torno dos relacionamentos amorosos, Hannah, Marnie, Jessa e Shoshanna estão atrás de si mesmas. Sim, elas são egocêntricas, mas quem não é aos 20?

A que acompanho há mais tempo

Desde 2005 eu troquei de namorado, de emprego e de casa mais de um vez. Uma coisa permaneceu: ainda assisto Grey’s Anatomy. Mesmo quando os episódios são ruins, os personagens meio chatos e os desastres de final de temporada cada vez piores, tem Cristina e Grey, o motivo pelo qual acompanho até hoje. O embate entre carreira, família, relacionamento e identidade nunca fica velho.

Mensão honrosa

Mad Men tem um lugar na minha lista mesmo sendo uma série inconsistente: tem episódios incríveis, outros ruins e vários médios. Basicamente o que me segura é o personagem do Don Draper, um cara muito babaca, atormentado e genial – mas também assisto para alimentar meu fetiche pelos anos 60, principalmente com as roupas e acessórios de Joan e Betty.

***

Bolinhos de limão da Sansa

Sansa, personagem de Game of Thrones, faria qualquer coisa por um bolinho de limão – até se abrir com quem não devia, como vimos em um episódio da última temporada. Como parte de uma campanha de divulgação de Game of Thrones, em 2011 o chef Tom Colichio desenvolveu receitas inspiradas na série que eram vendidas em um food truck, e esse bolinho era uma delas. O jeito de assar faz com que o ele tenha duas texturas, uma bem aerada e outra que lembra pudim. Juntando isso com o sabor bem acentuado de limão, é uma sobremesa que me convenceria a falar de qualquer coisa também.

Rendimento: 18 bolinhos

bolinhos de limão da sansa-2

Ingredientes

– ½ xícara de açúcar comum
– 2 ovos
– ⅔ de xícara (chá) de leite comum
– 1 colher (sopa) de vinagre branco
– 3 colheres (sopa) + 1 colher (chá) de farinha de trigo
– 2 colheres (sopa) de suco de limão (usei limão capeta e acredito que daria certo com o siciliano ou tahiti)
– Raspas de 2 limões
– ⅛ colher (chá) de sal
– Manteiga e açúcar comum para polvilhar as forminhas
– Açúcar de confeiteiro para polvilhar e chantilly para servir (opcional)

Como fazer

1. Misture o leite com o vinagre e deixe repousar até que o leite talhe, cerca de 10 minutos.

2. Enquanto isso, preaqueca o forno a 150 graus. Unte 18 forminhas de empada de 6 cm de diâmetro. Polvilhe açúcar para forrar os fundos e as laterais de cada forminha. Arrume-as em uma assadeira de laterais altas.

2. Misture a farinha, o açúcar e o sal em uma tigela.

3. Separe as claras das gemas.

4. Com a tigela da batedeira e os batedores bem limpos e secos, bata as claras em neve até que se formem picos macios. Reserve.

5. Bata as gemas com o suco de limão, as raspas de limão e o leite talhado até que espume. Junte os ingredientes secos e continue batendo apenas até a farinha desaparecer da massa.

6. Junte ⅓ das claras misturando vigorosamente com um batedor de arames. Adicione o restante e incorpore delicadamente, usando uma espátula e fazendo movimentos de baixo para cima.

7. Com ajuda de uma colher grande, encha as forminhas, deixando 1 cm de espaço na borda.

8. Ferva uma chaleira com água e entorne a água quente na assadeira, bem devagar, até que alcance a metade da altura das forminhas. Cubra a assadeira com papel alumínio, segure nas duas laterais e, com MUITO CUIDADO, leve a assadeira ao forno.

9. Asse por 25 minutos. Retire o papel alumínio e asse por mais 15 ou até que o topo esteja levemente dourado e um palito saia seco ao ser inserido no meio do bolinho. Retire do banho-maria e deixe esfriar um pouco antes de desenformar.

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Palavra de mãe + Sopa cremosa de cogumelos

Na terça-feira minha nuca sentiu o primeiro vento frio do ano. E, de repente, fui tomada por uma sensação completamente estranha: vontade de tomar sopa. Pensei baixinho, com medo de alguém ouvir – principalmente se esse alguém fosse minha mãe, que durante minha vida inteira me ofereceu sopa de legumes no jantar. Nos dias gelados e nos quentes também.  Mesmo eu explicando todas as vezes que odiava sopa, ela sempre respondia: “vou continuar perguntando, caso um dia você mude de ideia”. Isso é bem coisa de mãe falar, né?

Por muito tempo continuei firme na minha posição Mafalda de ver sopa como uma afronta à minha pessoa. Enquanto isso, aprendi a gostar de outras coisas, tipo salada. E fui deixando de curtir algumas, como alho-poró (na verdade acho que nunca fui fã – apenas me sentia obrigada a achar gostoso por ser um vegetal da moda). Em algum momento da vida, provavelmente num dia frio de congelar pensamentos (o que em BH quer dizer 14 graus), aceitei experimentar uma sopa de abóbora. Achei gostosa. Depois teve uma de tomate, boa também. E, assim, fui aceitando devagarinho que a sopa entrasse no meu coração.

Vai ver algumas comidas são como certas pessoas. Não acontece um apego instantâneo: é preciso insistir, tentar outra abordagem, dar mais uma chance, até conhecer mais de perto e descobrir que, no fundo, no fundo, ela é boa coisa.

Quando vi a receita dessa sopa, achei que tinha potencial. Era fácil, rápida e com cogumelos, uma paixonite recente. Assim que bati a mistura no liquidificador, pensei: “essa coisa meio cinza, meio marrom não tem como ser boa.” Completamente desconfiada, enfiei o dedo mindinho na mistura e provei (sim, usei o dedo, não vem fingir que você também não faz isso na cozinha). Eu, que já estava refletindo sobre qual outra receita teria que fazer para o blog, já que aquela estava arruinada, fui surpreendida. Aquilo era muito bom!

Não bastasse estar certa sobre os dias que chovem e os benefícios da arnica: ela também acertou sobre a possibilidade de mudar de gosto. Mãe, você venceu.

Mas a sopa de legumes eu ainda não encaro.

***

Sopa cremosa de cogumelos

Mesmo com minha tendência “Mafalda” eu adorei essa sopa: dá para sentir os cogumelos, mas ao mesmo tempo é suave. E a cor meio esquisita ajuda no fator surpresa!

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Serve duas porções

Ingredientes

– 200 gramas de cogumelos variados (paris, shitake, shimeji, etc. Você pode usar só um tipo também)
– 1 colher de sopa de azeite
– ¼ de cebola picadinha
– 1 dente de alho picadinho
– 2 colheres de sopa de vinho tinto, branco ou conhaque
– 1 ¼ xícara (chá) de água quente
– 1 ½ colher (sopa) de farinha de trigo
– 1 xícara (chá) de leite
– Ervas variadas (eu usei oito folhas de sálvia, cinco de manjericão e uma de louro)
– 2 fatias grossas de queijo minas cortadas em cubinhos
– Sal, pimenta e noz-moscada à gosto

Como fazer

1. Amarre bem as ervas usando uma linha de costura branca, formando um montinho.

2. Descarte os cabinhos mais duros dos cogumelos. Limpe-os usando um papel toalha levemente umedecido com vinagre. Os cogumelos não devem ser lavados na água, pois encharcam. Em seguida, pique em fatias finas.

3. Em uma panela no fogo médio, aqueça o azeite e junte a cebola, mexendo até começar a dourar. Acrescente o alho e, assim que perfumar, coloque os cogumelos. Mexa até que eles murchem.

4. Abaixe o fogo. Junte o vinho ou conhaque e deixe ferver por um minuto. Em seguida, coloque a água quente e o amarrado de ervas, tampe a panela e deixe mais 15 minutos.

5. Descarte as ervas e separe duas colheres de sopa dos cogumelos para usar na finalização.

6. Dissolva a farinha no leite e junte à sopa, mexendo até engrossar levemente.

7. Deixe a sopa esfriar um pouco e transfira para um liquidificador. Bata até ficar lisa, volte para a panela e aqueça novamente. Tempere com sal, pimenta e noz-moscada.

8. Sirva bem quente, com os cubinhos de queijos salpicados, os cogumelos reservados e um fio de azeite.

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Pão com coisa dentro + Massa rápida de pão

Na semana passada, inspirada por um post na página do Sal de Bolinha e no meu perfil pessoal, eu criei o tumblr “coisas estranhas que eu comia quando era criança”. Quando perguntei para as pessoas o que elas comiam de esquisito quando pequenos, vi que várias das lembranças envolviam pão: com toddy, açúcar, leite condensado, goiabada. Eu, por exemplo, colocava sorvete – e tinha que ser de pistache.

Isso me fez lembrar do diálogo que mais ouvi na vida entre minha mãe e meu irmão:

– Mãe, o que tem pra comer?
– Tem pão.

Ele ficava bravo com a resposta, pois minha mãe não entendia que a perguntava tentava investigar se havia algo “diferente” na cozinha. Pão era uma constante – na minha casa e imagino que na de muita gente também. Talvez por isso a gente tenha inventado tantas combinações com ele.

Fosse sorvete ou presunto, eu amava (aliás, amo até hoje) tudo que era “pão com coisa dentro”. Meu recheio favorito é carne moída, mas já foi hambúrguer frio, daqueles industrializados mesmo. Minha mãe fazia no dia anterior e eu levava isso de merenda pra escola. Pão de batata com hambúrguer frio – e mais nada. Vai entender.

Depois de adulta aprendi a comer as versões integrais, mas me recuso a tirar o trigo da minha vida. Quando fiz dieta da proteína, morri por dentro durante  três semanas sem nenhum pãozinho. E logo que desisti dessa loucura, lembro que comprei um pão de sal, passei manteiga, tostei na frigideira e comi com a boca boa, achando sensacional.

Às vezes a gente precisa ficar sem as coisas simples da vida para entender a beleza delas, né?

***

Massa rápida de pão

Quando vi essa receita lembrei do meu amigo João Renato, que não faz pão por não ter paciência de esperar todo aquele tempo entre etapas. Nessa receita, da mistura dos ingredientes ao pão na mesa se passam menos de duas horas. Apesar de não crescerem muito no forno, os pães ficam macios e bem saborosos. Gostei também que a massa é bem versátil: você pode usar recheios doces e salgados e desconfio que funcionaria para pizza. Agora não tem desculpa, hein, João?

massa rápida de pão-8

Ingredientes

– 1 colher (sopa) de fermento biológico seco instantâneo
– 1 xícara (chá) de água morna (lembrando: morna não é quente; é uma temperatura confortável de sentir com a mão)
– 1 colher (sopa) de açúcar
– 2 colheres (sopa) de azeite (se quiser fazer um pão com recheio doce, use óleo vegetal)
– 1 colher (chá) de sal
– 2 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo (usei 1 ½ de integral e 1 xícara da comum)

Como fazer

1. Junte o fermento, a água, o azeite e o açúcar em uma tigela grande e deixe fermentar por uns dez minutos, até que surjam bolhas na superfície. (Se não aparecerem as bolhas, sua água estava quente demais, ou fria demais, ou seu fermento está ruim. O jeito é jogar fora e recomeçar.)

2.  Misture o sal na primeira xícara de farinha e adicione à tigela. Vá colocando o resto da farinha aos poucos, mexendo com uma colher grande. Quando ficar ficar pesado, transfira a massa para uma superfície enfarinhada e sove por uns oito minutos, até que a massa fique macia, porém úmida, grudando um pouco.

3. Use um papel toalha para limpar a tigela onde você misturou os ingredientes, unte levemente com azeite e coloque a massa do pão. Cubra com filme plástico e deixe fermentar por 15 minutos. A masa deve crescer, mas não necessariamente dobrar de tamanho (veja mais sobre o ponto em “dicas”).

Massa na primeira fermentação, ainda sem a farinha, e a segunda, pronta para ser modelada

Massa na primeira fermentação, ainda sem a farinha, e na segunda, já no ponto de ser modelada

4. Enquanto espera a fermentação, preaqueça o forno a 200 graus.

5. Trabalhe um pouco a massa e modele do jeito que preferir. Nessa hora você pode também recheá-lo. Eu fiz 6 pães para comer com “coisa dentro”: parti a massa em seis partes iguais, moldei um retângulo com cada uma, dobrei cada extremidade para o meio no sentido do comprimento e rolei sobre a bancada para arredondar um pouco.

6. Deixe os pães fermentarem por mais 15 minutos sobre uma assadeira levemente untada com manteiga ou azeite e coberta por um pano. Eu gosto de deixar a assadeira em cima do fogão, para aproveitar o calor que está saindo do forno.

7. Pincele levemente o topo dos pães com azeite e leve ao forno por 15 minutos ou até que o topo esteja dourado e, ao bater na casca como se batesse numa porta, saia um som oco. Eles não crescem tanto no forno, então não se preocupe. Deixe esfriar pelo menos dez minutos antes de servir, pois o pão precisa desse tempo para distribuir a umidade do centro para a crosta.

massa rápida de pão-7

DICAS!

– Na hora de sovar, eu gosto de deixar um recipiente de água do meu lado para umedecer as mãos enquanto trabalho a massa; isso ajuda a massa a ir desgrudando sem precisar usar farinha nas mãos, que poderia ressecar o pão.

– Saber quando a massa fermentou o suficiente demanda um pouquinho de experiência, pois aquela coisa de “dobrar de tamanho” é muito relativa. É importante sentir que a massa está leve, com ar dentro, e um pouco elástica. Existe um teste que costuma dar certo: umedeça as mãos e pressione a massa levemente com dois dedos, deixando uma marca. Se a marca desaparecer lentamente, está no ponto. Se sumir rápido, deixe fermentar mais tempo. Se ficar para sempre, está passando da hora de assar. Se a massa desabar ao toque, sinto muito, passou do ponto…

– Os pães são mais gostosos no dia que são feitos, mas é possível guardá-los em um saco fechado tipo ziplock fechado e aquecer rapidinho no forno na hora de comer.

– Outra opção é congelar depois de pronto. Basta embrulhar em papel filme e levar ao congelador. Na hora de usar, deixe descongelar e aqueça por uns cinco minutos no forno baixo.

– A quantidade de farinha necessária pode variar de acordo com a temperatura do dia ou com a marca da farinha que você está usando. Então vá colocando aos poucos.

– O clima do dia também impacta nos tempos de fermentação. Num dia quente, o pão cresce mais rápido, num dia frio, você vai ter que esperar um pouco mais.

– Infelizmente, por mais que eu dê todas as minhas dicas, fazer pão depende de experiência. É preciso confiar no seu feeling, pois é complicado explicar por escrito a textura da massa, por exemplo. Quanto mais você fizer, mais fácil vai ficar, eu prometo!

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