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Crème brûlée de limão siciliano e outras coisas favoritas

Brincar com cachorros e achar joaninhas
Hambúrguer com bacon e batatas gordinhas
Trazer brigadeiro na minha marmita
Essas são algumas das minhas coisas favoritas

Limão, framboesa, dançar sem amarras
Crème brûlée e criança engraçada
Tulipas, jasmins, lírios e margaridas
Essas são algumas das minhas coisas favoritas

Sol indo embora e chá sobre a mesa
Rir de bobeiras e beijos surpresas
Gente educada  me chamando de “senhorita”
Essas são algumas das minhas coisas favoritas

Não é preciso de grandes mudanças, revoluções, resoluções, segundas-feiras. Só o ato de reconhecer- ou de buscar – as pequenas alegrias, nesse mundo onde a rotina quer sempre nos engolir, já é um jeito de melhorar muito a vida.

Um 2012 cheio de coisas favoritas para vocês!

(Obrigada à Maria pela inspiração)

***
Crème brêlée de limão siciliano
É difícil escolher uma sobremesa favorita, mas se pudesse ter um Top 5, essa com certeza estaria lá. Eu adoro todas as versões desse creme fancês, mas a de limão é especial. Combina o docinho da casca de açúcar com um creme fresco, azedinho e aveludado.

Rendimento: 3 porções

– 3 gemas grandes
– 1 e ½ xícara de creme de leite fresco
– 3 colheres de sopa + 1 colher de chá de açúcar refinado
– 1 pitadinha de sal
– 1 colher de sopa de raspas de limão
– 1 colher de sopa de suco de limão
– ¼ de colher de chá de baunilha

Para caramelizar: 3 colheres de sopa cheias de açúcar refinado

1. Pré-aqueça o forno a 180 graus. Separe três ramequins (ou outros potinhos que possam ir ao forno) e coloque-os dentro de uma travessa.

2. Numa panela média, em fogo baixo, leve o creme de leite e as raspas de limão até quase ferver – quanto aparecerem bolhas nos cantos, desligue. Cubra com um pano de prato por cerca de 10 minutos.

3. Passado esse tempo, bata com uma batedor de arames as gemas, o açúcar e o sal por cerca de 2 minutos, até que fique cremoso e com uma leve espuma. Sem parar de mexer, derrame o creme de leite nas gemas aos poucos – comece entornando uma colher de cada vez, mexendo sempre. Vá aumentando a quantidade de creme de leite derramado aos poucos e continue mexendo sempre. Esse processo é importante para que o creme não cozinhe as gemas. No final, junte a baunilha e o suco de limão.

4. Passe a mistura por uma peneira fina para dentro de uma jarra. Entorne então o creme nos potinhos preparados.

5. Ferva água numa chaleira e derrame-a na assadeira até que alcance o nível de metade dos ramequins, para que o creme cozinhe em banho-maria. Com cuidado, leve ao forno.

6. Asse por cerca de 30 minutos, até que as bordas estejam firmes, mas o centro ainda balance um pouco quando você mexe a assadeira. É importante não assar demais.

7. Deixe os potinhos esfriando na água, depois retire-os e espere chegar à temperatura ambiente. Cubra frouxamente com papel filme e leve à geladeira por pelo menos 4 horas. Pode também ser feito com antecedência de até 2 dias.

8. Para fazer a casquinha, espalhe uma colher de sopa cheia de açúcar em cada ramequim e use o maçarico culinário até caramelizar. Já ouvi algumas pessoas dizendo que dá certo também levar uma colher na chama do fogo e, depois de bem quente, usar suas costas para caramelizar o açúcar, fazendo movimentos circulares por cima dele. Mas eu nunca tentei.

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Por que a sobremesa vem no final? (e um Alfajor Líquido)

Tem dias que me dá vontade de comer chocolate logo que acordo. Às vezes na hora do almoço quero devorar uma fatia de pudim antes do prato principal. Quando era mais nova, eu comia meu sundae de caramelo do McDonald’s antes da batatinha e do hambúrguer. Sei que esses hábitos podem parecer esquisitos, mas na verdade isso de que o doce tem que vir depois do salgado está relacionado mais a uma construção social do que à fisiologia do paladar.

Nos banquetes da Idade Média, que precederam o que conhecemos hoje como gastronomia, não existia ordem para comer: a mesa era posta com carnes, ensopados, pães, tortas, queijos, frutas, bolos, mel. Não havia diferenciação entre categorias de pratos e tudo era comido ao mesmo tempo, do jeito que cada um quisesse. Um dos motivos para essa fartura de doce e salgado era a vontade de ostentar – aquele monte de comida junta simbolizava a riqueza do anfitrião.

A idéia da sobremesa servida no final da refeição é relativamente moderna e se deu graças a Catarina de Médicis, que em 1533 saiu de Florença para se casar com o futuro rei francês Henrique II. A italiana levou para a França muitos livros de receitas e seus próprios cozinheiros. Foi só a partir dela que a corte passou a aceitar mulheres nos banquetes, a comer com garfos e a saborear a sobremesa apenas no final da refeição.

Mas foi só no século XIX que a ideia de apresentar os pratos numa certa ordem foi aceita completamente, e os cozinheiros passaram a montar cardápios, sempre finalizando-os com o doce. Esse jeito facilitou a vida do chef, que então tinha uma ordem estabelecida para servir seus pratos, e foi bom também para o comensal, que passou a aproveitar a refeição sem que a comida esfriasse.

Assim, o ato de servir a sobremesa no final é algo que faz mais sentido para todas as partes envolvidas. Mas eu ainda acho uma delícia comer o doce antes do salgado.

Para saber mais:
Grand Finale – Matéria da revista Vida Simples

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Alfajor Líquido
Descobri essa receita simples e deliciosa no restaurante Benvindo, do chef Paulo Henrique Vasconcelos. Eu alterei um pouquinho as quantidades para ter mais creme do que farofinha, mas você pode adaptar do jeito que gostar mais.

Rendimento: 2 porções grandes

Ingredientes

– 200 ml de creme de leite fresco ou de caixinha (se puder usar o fresco é melhor)
– 200 g de doce de leite
– 15 biscoitos do tipo Maria
– 80 gramas de chocolate meio-amargo

Como faz

1. Numa panelinha em fogo baixo, mexa o creme de leite e o doce de leite até que formem uma misture homogênia. Desligue e espere esfriar.

2. Triture os biscoitos até que formem uma farofa bem fina. Isso pode ser feito no processador ou liquidificador, pulsando a mistura aos poucos. Ou então coloque os biscoitos num saquinho tipo ziplock e bata com um martelo de carne, ou passe o rolo de massas por cima até que vire farofa.

3. Raspe, pique ou rale o chocolate.

4. No recipente onde irá servir, coloque algumas colheres do creme já frio, espalhe a farofinha de biscoitos por cima e finalize com o chocolate raspado.

5. Sirva em seguida ou, para um creme mais consistente, deixe a sobremesa montada na geladeira por algumas horas.

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